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quinta-feira, 21 de junho de 2012

[Lifehacker] As coisas estúpidas que você faz no Facebook (e como corrigir isso)

Coisa estúpida #1: Você não verifica regularmente os apps aprovados

Quantos aplicativos você aprovou no Facebook? Provavelmente existem alguns que você nem se lembra de ter aprovado. Quando, por exemplo, alguém auto-compartilha um artigo através de um app de notícias (que tem potencial para ser hilário e constrangedor), você tem que aprovar o app só pra ler o artigo. O mesmo vale para responder perguntas de enquetes, participar de jogos, e basicamente interagir com boa parte das coisas que os seus amigos postam.
Coisa estúpida #2: Você não filtra o seu feed de notícias
O problema: O seu feed de notícias é uma longa lista de besteiras que você não quer vasculhar para encontrar os poucos posts que você realmente poderia interessar? Você pode ter amigos demais – iremos abordar isso depois – mas é mais provável que você não esteja filtrando nada.
Coisa estúpida #3: Você não gerencia as configurações de privacidade
O problema: O Facebook não é um lugar onde a privacidade é muito valorizada, mas se você se esforçar um pouquinho você pode controlar como ele usa e compartilha seus dados. Você deve aproveitar este controle que o Facebook ofereceu porque caso contrário, você estará se preparando para o desastre. A questão mais óbvia e comum são empresas que usam o Facebook para verificar informações de candidatos a emprego. Com tanta informação publicamente disponível, é uma forma barata e eficiente de verificar o passado de uma pessoa. Apesar dos riscos, 13 milhões de pessoas nunca sequer modificaram as configurações de privacidade. Eu não deveria nem precisar dizer isso, mas é bem estúpido.
Coisa estúpida #4: Você reclama sobre funções do Facebook que odeia, mas não as conserta
O problema: Uma atualização do Facebook raramente passa sem algumas pessoas criando petições para mudar de volta. Independente de essas petições serem ou não válidas, se você não gostar de uma determinada função, pode remove-la sozinho.
Coisa estúpida #5: Você adiciona todo mundo
O problema: O Facebook começou como um clube privado para estudantes de Harvard, abrindo lentamente para outras faculdades e, eventualmente, para o mundo. Ele foi projetado para que você pudesse adicionar amigos que eram realmente seus amigos. Quando o site de mídias sociais cresceu e chegou ao que é hoje, você acabou com pedidos de amizades de pessoas que você conhece pouco ou conheceu apenas online. Não apenas isso acabou criando uma lista de amigos impossível de gerenciar, mas você acaba compartilhando informações pessoais com pessoas que nem conhece. Muitos agora estão presos a listas de amigos gigantescas que são muito difíceis de gerenciar porque não percebem o problema até que seja tarde demais, e estudos indicam que isso está nos deixando infelizes. Felizmente existe uma maneira fácil de deixar sua lista gigantesca de amigos com um número mais razoável de pessoas.
Coisa estúpida #6: Você deixa o Facebook spammar sua caixa de entrada com notificações
O problema: O Facebook gosta de manter você por lá, e uma maneira de fazer isso é te enviando toneladas de notificações por e-mail sempre que algo acontece. Não importa se é algo muito bobo – serve como uma lembrança de que você deveria estar passando mais tempo nas mídias sociais. Essas notificações podem ser úteis, já que você provavelmente quer saber quando algumas coisas acontecem, mas elas podem atrapalhar se você estiver recebendo demais. O lado bom é que as notificações são fáceis de gerenciar com alguns pequenos ajustes nas suas configurações.
Coisa estúpida #7: Você passa todo o seu tempo no Facebook
O problema: Quanto tempo você passa no Facebook? Aparentemente bastante. É até fascinante que você não esteja no Facebook neste exato momento. Existe uma chance bem alta de que você tenha encontrado este post via Facebook. Facebook, Facebook, Facebook! Apesar de ser uma distração legal, é provavelmente uma das melhores ferramentas de procrastinação que você tem. Mesmo uma visita diária pode acabar com a sua produtividade. Se o Facebook está impedindo que você faça coisas, provavelmente está na hora de deixa-lo – mas não de verdade.

O problema: Apps ganham muito acesso a dados pessoais. Você não sabe ao certo o que eles podem ver ou o que estão fazendo com ele, então é importante que você verifique seus apps uma vez por mês para garantir que você não aprovou inadvertidamente qualquer coisa que não queira sobre um app que você nem usa mais.
A solução: Fazer isso é bem fácil. Para começar, visite a página de configurações de aplicativos e você verá uma lista com os apps que você supostamente está usando. O Facebook tenta organizar os apps pela ordem que você autorizou, mas de acordo com experiências pessoas, ele tende a errar um pouco. De qualquer maneira, veja a lista de apps e apague qualquer aplicativo que você não reconhecer ou que não quiser mais usar, apenas clicando no X no nome dele. Você também pode ver um link para Editar que irá mostrar informações detalhadas do que o app pode fazer e algumas configurações. Se você quiser restringir um app sem apaga-lo, apenas clique no link de Editar e mude o que quiser. As mudanças são feitas imediatamente, então você não precisa se preocupar em salvar.
Uma vez que tiver feito isso, sua lista de app vai estar limpa e organizada. Apenas certifique-se de marcar um dia todo mês para fazer isso. Você pode ficar surpreso com o que irá encontrar.
A solução: O Facebook faz um trabalho decente decidindo o que é importante e o que não é, mas a sua ajuda é necessária. Se você tem um amigo que posta um monte de bobagens no seu feed, você pode dizer para o Facebook filtrar alguns ou todos os posts dessa pessoa. Apenas vá até a mensagem no seu feed e clique na seta que está no canto superior direito. Você verá que está assinando as postagens da pessoa que postou a mensagem e que você tem a opção de receber Todas as Atualizações, as Atualizações Mais Recentes ou Somente Atualizações Importantes, para que o Facebook saiba quanto mostrar para você. Além disso, você pode Cancelar a Assinatura do feed daquela pessoa (sem tirar da lista de amigos) ou cancelar a assinatura apenas dos comentários e “curtir”. Na verdade, você pode até mesmo tirar a pessoa do menu de alerta de notificações. Isso é uma ótima maneira de ter um feed de notícias livre de posts constantes de pessoas que irritam você.
Se estas opções de filtragem não forem boas o suficiente, você pode dar uma olhada em uma extensão chamada SocialFixer. Ela dá ótimas opções de filtragem.
A solução: Gerenciar a privacidade do seu Facebook não é difícil de fazer. Se não quiser perder muito tempo, você sempre pode deixar tudo o mais fechado possível. Apenas vá para a página de configurações de privacidade e não permita nada. Isso irá reduzir as funcionalidades do Facebook, claro, mas você não terá que se preocupar em expor informações pessoais. Dito isto, com um pouquinho mais de esforço você pode ter o melhor do Facebook sem se expor demais. Você terá que perder um pouco de tempo descobrindo as configurações exatas que você quer e para atualizar as configurações de tempos em tempos. Para estar a par de tudo que precisa saber sobre gerenciar a privacidade do Facebook, adicione aos seus favoritos o nosso guia sobre o assunto, ele é atualizado regularmente.
A solução: Você só precisa de uma extensão:SocialFixer. Ela funciona em praticamente todos os navegadores e podem se livrar de praticamente tudo que você odeia. Nosso guia irá te guiar através de todas as funções, mas eis aqui alguns exemplos:
- Desligar a barra de chat.
- Sempre mostrar as duas caixas de entrada de mensagens do Facebook.
- Evitar que o Facebook auto-carregue posts.
- Filtrar mensagens que você não quer ver.
- Desligar a timeline (apenas para você).
Estas são apenas algumas das muitas opções disponíveis. Se tiver algo que você não gosta no Facebook, não fique só reclamando. Use o SocialFixer e cuide você mesmo do problema.
A solução: Envie uma mensagem para todos os seus “amigos” dizendo que você está limpando o Facebook. Publique uma mensagem no seu mural dizendo que você está fazendo uma limpeza e pedindo pra qualquer um que queira continuar como “amigo” no Facebook para mandar uma mensagem para você. Publique essa mensagem algumas vezes ao longo da semana e mantenha uma lista de quem mandar uma mensagem pedindo para ser mantido. Além disso, visite sua página de notificações do Facebook para ver quem interagiu com você para ajudar a perceber quem mais quer ficar. Uma vez que você tiver feito uma lista e depois de passar uma ou duas semanas desde a primeira mensagem, é hora de começar a limpar. Isso pode levar muito tempo se fizer manualmente, mas um script do GraseMonkeu chamado FacebookDeletes pode deixar o processo muito mais fácil. O script permite que você apague um monte de amigos ao mesmo tempo apenas colocando o nome dos amigos que você quer manter. Ele cuidará de se livrar do resto. Depois disso seu Facebook estará mais limpo e terá apenas as pessoas na sua lista.
Claro que pode acontecer alguns enganos, então se você não quer se livrar completamente das pessoas-que-você-nem-conhece-tão-bem-assim da sua lista, você deveria ativar assinaturas na sua conta. Isso irá transformar qualquer um que envie um pedido de amizade em um assinante, independente de você aceitar ou não o pedido de amizade. Dessa maneira eles podem acessar qualquer informação pública que você postar, mas nada que você queira deixar privado.
A solução: Para começar, visite a página de configurações de notificação do Facebook. Você pode ficar um pouco confuso no começo porque existem muitas opções, mas não é tão difícil quanto parece. Na parte de “Todas as Notificações”, você verá uma lista de categorias. Expanda-as e você verá várias condições que irão fazer com que você receba um e-mail ou até mesmo uma mensagem de texto. Na minha opinião, a melhor maneira de começar é desligando todas as notificações em cada categoria. Uma vez feito isso, você pode rever a lista e decidir o que deseja receber. A lista é longa e você pode ficar um pouco impaciente enquanto está decidindo o que quer, então se tudo estiver desmarcado você irá acabar com menos notificações habilitadas se resolver ver a lista só por alto. Se esquecer de marcar alguma opção que acha importante, você sempre pode voltar e alterar depois.
Outra opção (e talvez até melhor) é desligar todas as suas notificações e receber um resumo com as atualizações. Dessa maneira você recebe apenas um e-mail com um monte de atividades relevantes do Facebook. Você recebe as mesmas informações, mas fica tudo em uma única mensagem. Para um meio termo entre as duas opções, dê uma olhada no The Friend Mail, que também cria um e-mail diário, mas irá te notificar sobre aniversários e eventos importantes com mais urgência. Seja qual for a maneira que você preferir receber atualizações do Facebook no seu e-mail, existe um jeito de fazer isso acontecer.
A solução: Você pode sair do Facebook sem abandonar de verdade, tornando-o muito menos distrativo. Isso significa desabilitar um monte de funções e alterando suas configurações de privacidade (como discutimos anteriormente). Se isso é demais para você, comece registrando o tempo que você passa online e veja quando você mais usa o Facebook. Fazer isso pode ajudar você a recuperar seu tempo para começar a usa-lo com mais eficácia. Dessa maneira você ainda pode usar o Facebook, mas você pode evita-lo nos momentos que ele mais atrapalha a sua produtividade.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Na Rio+20, Dilma cobra ação e dinheiro dos países desenvolvidos

Presidenta do Brasil acusou nações ricas de transferir indústrias poluentes para o Sul e criticou descumprimento de ajuda acertada na Rio 92

Raphael Gomide iG Rio de Janeiro  - Atualizada às 
Em seu discurso do 20 minutos na abertura oficial da Rio+20, a presidenta Dilma Rousseff cobrou dos países desenvolvidos maior engajamento e recursos para promover o Desenvolvimento sustentável, tema da conferência da ONU.

Agência Brasil
Dilma Rousseff

"A transferência de indústrias mais poluentes do Norte para o Sul colocou as economias mais desenvolvidas como tidas como mais limpas, e deixou a pesada conta ambiental para esses países. A promessa de ajuda não se materializou nos níveis prometidos e necessários, apesar dos esforços de alguns países", afirmou Dilma.
Esse princípio Prevê que todos os países são responsáveis, porém os mais desenvolvidos têm maior carga de compromissos, inclusive finaceiros. Embora seja de 1992, o tema voltou a debate nesta Rio+20, e os desenvolvidos queriam vê-lo revogado, alegando o recente crescimento de nações como os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).Segundo ela, o princípio das "responsabilidades comuns mas diferenciadas" - estabelecido na Rio 92 - tem sido muitas vezes "recusado na prática".
"Várias conquistas da Rio 92 permanecem no papel. Temos a responsabilidade de agir para mudar este quadro."
A presidente reconheceu que o mundo atravessa a mais grave crise econômica pós-2a Guerra Mundial, mas usou o exemplo da América Latina dos anos 80 e 90 para receitar políticas de crescimento e geração de empregos como "única via segura para a recuperação econômica".
Dilma citou evoluções do Brasil nos campos social, econômico e ambiental para afirmar que "isso nos autoriza a demandar maior contribuição dos países em desenvolvimento para o esforço global".
De acordo com ela, o "desenvolvimento Sustentável é a melhor resposta aos desafios do clima. "A proteção ambiental é parte integrante do processo de desenvolvimento. Na construção do Desenvolvimento Sustentável, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Reconhecemos a necessidade de eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo."

Documento da Rio+20 empurra definições para o futuro

Liderança brasileira conseguiu cumprir prazo para a elaboração do texto, mas precisou eliminar parágrafos que continham divergências e deixar em aberto decisões sobre economia verde e meios de implementação

Luís Bulcão e Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro
Diante do choque de interesses entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento, evitar retrocessos foi uma vitória da diplomacia brasileira
Diante do choque de interesses entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento, evitar retrocessos foi uma vitória da diplomacia brasileira (Julio Cesar Guimarães/ UOL/ Folhapress)
 "O resultado não deixa de ser satisfatório porque existe um resultado. A perspectiva era de ter texto ou não ter texto. Temos um texto. As críticas são bem vindas. As ONGs servem para nos estimular a não nos contentarmos com pouco", disse Patriota
Os negociadores brasileiros que lideraram a elaboração do texto da Rio+20 cumpriram, na manhã desta terça-feira, o compromisso de finalizar o documento que será apresentado aos mais de 100 chefes de estado que chegam entre hoje e amanhã para a conferência. O encaminhamento – sob vaias no momento do pronunciamento do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota – atropelou divergências. Mas ao cabo de seis dias de impasses, seria ingênuo apostar na formação de um consenso sobre temas como a implementação de ações sustentáveis e o papel do PNUMA nos próximos anos. "Sei que todos estão a beira de um colapso físico. Passamos por negociações dia e noite. Mas conseguimos. As negociações vieram para uma conclusão bem sucedida e agora temos um texto que será endossado por todos", afirmou o secretário-geral da Rio+20, o diplomata chinês Sha Zukang.
A "assinatura" brasileira do documento se faz presente no destaque, já a partir do segundo parágrafo, para o compromisso com a redução da pobreza – ainda que tenha sido suprimida a expressão “pobreza extrema”. "Quero destacar a ousadia da diplomacia brasileira de terminar a conferência no prazo. Muito da posição brasileira está nesse documento, como a questão do piso social, o princípio de assegurar o não retrocesso, o compromisso de assegurar o legado da Rio 92, a importância dos oceanos, a medida de riqueza e bem-estar além do PIB e a agenda objetiva para o consumo sustentável", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em uma conferência posterior à aprovação do texto.

Diante do choque de interesses entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento, evitar retrocessos foi uma vitória da diplomacia brasileira. A avaliação do Itamaraty é de que a negociação conduzida pelo Brasil conseguiu evitar o fechamento de portas importantes para que, a partir da Rio+20, os países caminhem em direção a um modelo de desenvolvimento mais sustentável. "O resultado não deixa de ser satisfatório porque existe um resultado. A perspectiva era de ter texto ou não ter texto. Temos um texto. As críticas são bem vindas. As ONGs servem para nos estimular a não nos contentarmos com pouco", disse Patriota, após a plenária que aprovou o trabalho. 

O documento que chega aos chefes de estado lança um processo intergovernamental para estabelecer os ODS. O processo vai ser conduzido pela Assembléia-Geral das Nações Unidas com o objetivo de serem adotados a partir de 2015, quando termina a data para os Objetivos do Milênio. Não ficaram definidas metas nem temas para os ODS. O documento afirma que um quadro técnico científico deverá ser formado para trabalhar nos ODS. O estabelecimento desses objetivos é uma das expectativas da presidente Dilma Rousseff, que, na quarta-feira, deverá pedir aos chefes de estado que tenham ação efetiva contra a pobreza. Dilma acredita que um dos resultados concretos da Rio+20 será o estabelecimento dessas metas.

"Metas têm que ter fundamentos científicos e técnicos sólidos. Não podem ser decididas até politicamente. Por isso a necessidade de um refinamento posterior à conferência", explicou o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, ao comentar as fases futuras dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

A maior indefinição, como era esperado, ficou para os “meios de implementação”. A proposta do G-77+China, grupo integrado pelo Brasil, de estabelecimento de um fundo de 30 bilhões de dólares para fomentar ações sustentáveis, foi abatida logo no início das discussões, na semana passada. Em vez disso, o texto estabelece que os países desenvolvidos se comprometem a aumentar a ajuda a países menos desenvolvidos (PMDs). A criação de um fundo para a promoção do desenvolvimento sustentável foi adiada para 2014 e, por enquanto, não há evolução sobre transferência tecnológica.

"Fronteiras são coisa do passado", diz secretário-geral da ONU

Ban Ki-Moon afirma que esperava documento mais ambicioso, mas ressalta que a Rio+20 não é o fim, mas início de muitas ações em conjunto para conduzir a mudança em direção ao desenvolvimento sustentável

Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro
Presidente Dilma Roussef cumprimenta Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon durante a cerimônia de abertura da Rio+20 para os chefes de estado
Presidente Dilma Roussef cumprimenta Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon durante a cerimônia de abertura da Rio+20 para os chefes de estado (ABr)
O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-Moon, disse nesta quarta-feira durante aRio+20 que os chefes de estado precisam agir como cidadãos globais para enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável. Ki-Moon falou às centenas de jornalistas que cobrem a conferência logo após ter dado início à reunião de cúpula de chefes de estado da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. Mais de 130 delegações estão reunidas no Rio de Janeiro até o dia 22 de junho para discutir e aprovar as medidas acordadas no documento redigido por diplomatas e finalizado nesta terça-feira após longa negociação.

Ki-Moon disse que apesar de os chefes de estado representarem seus países, a noção de fronteira é coisa do passado. "Todos estão interconectados", disse. "Se resolvermos a questão das mudanças climáticas, por exemplo, isso afetará a vida de todos", argumentou. "O mesmo vale para a segurança alimentar, acesso a água, energia e erradicação da pobreza."

O secretário-geral afirmou que ele próprio esperava um documento final da Rio+20 mais ambicioso. Segundo Ki-Moon, muitas das propostas eram ambiciosas e corajosas, porém alguns países defendem interesses próprios. "O documento que sairá da Rio +20 representa um processo de negociações muito delicado", disse. "Como secretário-geral da ONU estou satisfeito com o andar das negociações, mas a natureza não espera. Acredito que todas as nações concordam com isso."

Ki-Moon fez um apelo aos chefes de estado para implementar as recomendações sem atraso. "Infelizmente não nos demos conta, desde 1992, que o tempo estava se esgotando e nossos recursos são finitos, há apenas um planeta Terra", disse. "As pessoas seguiram consumindo em prol da prosperidade e isso gerou vários problemas. Muitos concordam que o planeta chegou em um ponto sem volta. Precisamos agir. Por isso a Rio +20 é tão importante."

A presidente Dilma Rousseff fez, pouco depois das 10h, um breve pronunciamento na abertura da Primeira Reunião Plenária da Conferência Rio+20. Dilma agradeceu a escolha para ser presidente da conferência e disse ter certeza de que a Rio+20 atingirá seus objetivos. “Nessas breves palavras quero agradecer o mandato que acabaram de me conferir”, disse. “A expressiva liderança mundial que hoje acorre ao Rio indica o compromisso dos estados com a complexa e urgente agenda do desenvolvimento sustentável”. A presidente afirmou que expressará a posição brasileira sobre os temas debatidos na Rio+20 na sessão plenária mancada para às 16h desta quarta-feira e repassou ao ministro Antonio Patriota o comando da reunião dos chefes de Estado da conferência.

A expectativa é de que, no discurso da tarde, a presidente faça uma cobrança de ação “imediata” contra a pobreza e pelo estabelecimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), nos moldes do que foi feito com as Metas do Milênio, em 2000. No documento da Rio+20 aprovado na terça-feira, com liderança brasileira nas negociações, o compromisso com a redução da pobreza aparece logo no segundo parágrafo, e com destaque ao longo do texto. Já os ODS são esperados para definição em 2015. Conheça o teor do documento da Rio+20.

O que é a Rio+20? Fique por dentro!



A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.

A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.

O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Conferência terá dois temas principais:

  • A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
  • A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16  e 19 de junho, serão programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Os preparativos para a Conferência

A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além de estabelecer a programação das reuniões doComitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”). O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às negociações.
Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.


O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.
Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.
Baixe aqui a apresentação em slides  com o histórico da Rio+20 - ("Como chegamos até aqui")

Ahmadinejad ataca ONU e cita Jesus Cristo na Rio+20

Delegação de Israel se retirou da plenária no momento do pronunciamento do ditador

Marco Túlio Pires, do Rio de Janeiro
Detalhe do anúncio da Confederação Israelita do Brasil que circula hoje nos jornais brasileiros
Detalhe do anúncio da Confederação Israelita do Brasil que circula hoje nos jornais brasileiros (Reprodução)
Ahamadinejad, que sabidamente não dá ouvidos ou chance a minorias, tampouco respeita a vontade das maiorias, acusou “um pequeno grupo de países”, os desenvolvidos, de impor padrões de consumo 
O ditador iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao discursar na plenária da reunião de Cúpula da Rio+20, atacou instituições da ONU, os países desenvolvidos e causou estranhamento ao citar Jesus Cristo. "A figura do ser humano perfeito deve emergir junto de Jesus Cristo", disse Ahmadinejad. O ditador reforçou a posição conservadora da figura da mulher como mãe. "A instituição da família deve ser fortalecida com ênfase na posição da mulher e sua posição sagrada de mãe", disse.

A delegação de Israel se retirou da plenária no momento do discurso do iraniano. Nesta quarta-feira, anúncios em jornais brasileiros, publicados pela Confederação Israelita Brasileira (Conib), criticaram a presença do ditador na Rio+20. No domingo, um protesto contra a presença do iraniano percorreu ruas da zona sul do Rio.
Ahamadinejad, que sabidamente não dá ouvidos ou chance a minorias, tampouco respeita a vontade das maiorias, acusou “um pequeno grupo de países”, os desenvolvidos, de impor padrões de consumo e comportamento e a maioria é forçada a “seguir os passos”. Chamou os países ricos de megalomaníacos. "Isso tem a ver com uma ordem injusta imposta por nações que pretendem manter a hegemonia sobre o mundo", disse.

"O Conselho de Segurança da ONU, a Organização Mundial do Trabalho, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial fazem parte desse conjunto de dominação estratégica", disse.

Após o discurso, Ahmadinejad foi saudado por membros das delegações de diversos países. Um círculo de pessoas se formou em torno do líder iraniano, que cumprimentou e posou para fotos. Vizinhos de mesa, membros da delegação do Iraque também tiraram fotos do líder iraniano.

domingo, 3 de junho de 2012

Morremos cedo demais


O relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado nesta semana, explica porque não chegamos todos aos 100 anos com saúde. Hoje, 89% da população humana têm acesso à água de qualidade e 60% das casas têm esgoto.
O acesso a medicamentos ainda é um sério problema, apenas 42% do setor de saúde publica e 62% da saúde privada dispõem de genéricos básicos. Apenas 36% da população têm acesso a medicamentos para tratamento de doenças crônicas. A falta de remédios no setor público obriga o cidadão a comprar as drogas na rede privada, sendo que o preço dos genéricos na média mundial custa 610% mais caro na farmácia do que o preço que os governos pagam se comprarem direto da fábrica.
Nos últimos dez anos, a mortalidade de crianças com menos de cinco anos caiu 35%, de 9,6 milhões para 7,6 milhões ao ano. Um dos motivos da dramática redução é a cobertura vacinal. Só com sarampo, por exemplo, a cobertura subiu de 70% para 85% nas crianças com menos de um ano, e isso significou uma redução de 74% na mortalidade pela doen-ça, o que significou 20% de toda a redução na mortalidade infantil.
Metade das mortes em crianças menores de cinco anos ocorre na África. Desnutrição é a causa de 35% das mortes no mundo, enquanto que outros 20% das crianças morrem por pneumonia ou diarreia. Apesar de nos últimos vinte anos termos uma redução de 50% nos casos de malária, ao menos metade da população mundial está em risco de ter a doença, que matou, em 2010, 655 mil dos 216 milhões de pacientes que tinham a doença, sendo que 86% das mortes eram crianças.
Quanto aos adultos os problemas são frequentemente ligados à hipertensão e à obesidade. Pressão alta é causa de 51% das mortes por acidente vascular cerebral e 45% das mortes por infarto. A obesidade mata 2,8 milhões de pessoas ao ano. Além disso, a obesidade e o sobrepeso colaboram com o aparecimento de diabetes, alguns tipos de câncer e também acidente vascular cerebral e doença coronariana.
Nos últimos 30 anos, o número de obesos subiu de 5% para 10% nos homens e de 8% para 14% nas mulheres. O problema de peso é mais localizado nas Américas, onde 62% da população têm sobrepeso e 26% são obesos. No sudeste da Ásia, estão os mais esbeltos, apenas 14% têm sobrepeso e 3% são obesos. O número de obesos quase que triplicou nas Américas e na Europa Ocidental, e em nenhum lugar do mundo houve redução desse índice. Quanto aos hipertensos, houve aumento porcentual nos africanos e no sudeste asiático, nos outros cantos do mundo houve redução da taxa, principalmente na Europa Ocidental e nas Américas.
A mortalidade materna também sofreu uma dramática redução nos últimos 20 anos, as 290 mil mortes anuais representam uma queda de 50%. Mesmo assim isso representa uma morte materna a cada dois minutos. Um terço dessas mortes ocorrem na Índia e na Nigéria.
Os países onde a mortalidade materna é mais alta estão na região ao sul do deserto do Saara, e ocorrem principalmente por complicações da Aids durante a gravidez. O acesso ao pré-natal pode reduzir a mortalidade materna em 30%, mas apenas 55% das grávidas no mundo recebem atenção minimamente adequada no pré-natal.
Cada centavo gasto em saúde melhora a qualidade de vida. A variação do quanto se gasta per capita em cada país varia entre 11 dólares na Eritreia e 8.262 dólares em Luxemburgo. Na média, os países pobres gastam 25 dólares, enquanto que os ricos gastam 200 vezes mais. Se os países pobres gastarem o dobro e focarem no tratamento da Aids, tuberculose, malária e saúde materno-infantil, a expectativa de vida de seus habitantes pode aumentar de 15 a 20%. O Japão ainda é o país com maior expectativa de vida do mundo, 86 anos.
TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NA CARTA CAPITAL.